- Área: 340 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Raul Krebs
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício está localizado na parte alta do Bairro Cristal, nas imediações de edificações como a Fundação Iberê Camargo e do Hipódromo do Cristal.
O bairro é caracterizado por diversas tipologias, desde residências, condomínios e edifícios profissionais, e ruas tranquilas e arborizadas em contraste com avenidas de trânsito rápido e fluido.
Localizado em uma área de preservação ambiental, com muitas árvores de grande porte, o edifício foi construído em um terreno estreito, de 1.200m², com a condição de garantir acesso livre a reserva ambiental e a um córrego no fundo do lote. Essas características delimitaram a ocupação de 20% da área total. O terreno foi minimamente alterado e pavimentado por bloquetes perfurados e grama, para garantir a permeabilidade natural.
Os condicionantes ambientais, legais e financeiros, conduziram a uma única opção de implantação e orientação solar, que felizmente voltava a maior área para o Norte.
O edifício se integra ao entorno como uma construção de aparência contemporânea, com referências à forma modernista Corbusiana, que, sem ser intencional, ocorreu de maneira quase instintiva para atender aos condicionantes apresentados.
O cliente necessitava 3 setores de trabalho distintos e com acessos independentes: um estúdio de gravação, uma sala para a edição de vídeos - hermeticamente fechada - e uma área para os setores de criação e administração.
A edificação se organizou em dois pavimentos: no pavimento térreo localizam-se as áreas menores - estúdio e edição e, no primeiro pavimento, os setores de criação, administração e reuniões.
Os três setores se configuram como caixas, tratadas com revestimentos distintos. No térreo liberam as áreas cobertas para circulação de pessoas, permitem a ventilação e permeiam visualmente o terreno arborizado. No primeiro pavimento se apoia sobre pilotis, que entremeiam as duas caixas térreas. O primeiro pavimento, revestido com reboco de cimento aparente, recebeu aberturas de grandes esquadrias, em duas alturas, para facilitar a circulação de ar e luz natural, em uma planta onde os espaços se integram. As esquadrias foram contornadas por uma borda de concreto, sendo que, nas esquadrias de maior altura, voltadas para a face Norte, as bordas superiores foram prolongadas, como um brise-soleil horizontal, para controlar a incidência do sol no verão.
Estes contornos foram coloridos por cores primárias em contraste com a rigidez monocromática do restante da edificação.